Febre maculosa: Entenda a doença do “carrapato humano” que mata

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Febre maculosa: o que é, quais os sintomas e tratamento

O carrapato-estrela é o transmissor da bactéria causadora da doença

Ela é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, que se manifesta pela forma mais grave, ou pela Rickettsia, responsável pela mais leve. É transmitida somente pela picada de um carrapato e quanto mais tempo ele passa grudado, maior o risco de contágio. Mais comum na região Sudeste e Sul do país, há também casos encontrados em região de Mata Atlântica, com menor gravidade.

Entre os vetores mais comuns estão o carrapato-estrela, do gênero Amblyomma, o Aureolatum e o Ovale. No entanto, qualquer espécie é um vetor em potencial, por exemplo, o carrapato encontrado em cachorros. Da mesma forma, os que são comuns a equinos e bovinos também transmitem a doença.

Os números do Ministério da Saúde apontam que, em 2018, foram 17 mortes por febre maculosa, somente no estado de São Paulo. No ano anterior, foram 58 mortes em todo o país, tendo 165 casos notificados em 2018. Por outro lado, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirma que desde 1997 já foram 1.200 casos detectados e 370 mortes. Os estados mais afetados são Minas Gerais e São Paulo.

Ela tem esse nome diferente por ser conhecida pela sua febre repentina e pelo surgimento de manchas avermelhadas na pele. Essas manchas são também chamadas de máculas.

Sintomas de febre maculosa

febre maculosa sintomas
Crédito: Freepik

A febre maculosa, também conhecida como doença do carrapato em humanos, tem sintomas bem claros. Muitas vezes nem se faz necessária a confirmação por exame, apesar de ser altamente recomendado. Veja quais são os principais sintomas da doença.

1.Febre alta e súbita

Um dos principais sintomas da doença, que inclusive dá nome a ela, é a febre alta, a partir de 39ºC. Primeiro de tudo, aparece essa febre alta de forma súbita, seguida por calafrios que percorrem todo o corpo. O controle da febre é mais complicado, sendo necessária uma boa administração, por exemplo, de dois medicamentos compatíveis. Além disso, medidas alternativas como banhos e compressas podem ajudar.

2. Cefaleia

Uma forte dor de cabeça também acompanha o processo, sendo percebida como uma forte pressão em volta do crânio. Assim como a febre, a dor de cabeça pode surgir de forma espontânea e intensa, sendo esse um forte indício da doença. Porém, somente a soma desses dois sinais não é o suficiente para diagnosticar prontamente a doença.

3. Náuseas e vômito

Também podem ocorrer quadros de enjoos, com dificuldade para comer ou beber qualquer coisa. Por exemplo, a pessoa contaminada pode ficar o dia todo sem comer e não sentir fome, somente náuseas. Além disso, diversos episódios de vômito, em variadas graduações, podem ocorrer por causa da contaminação.

4. Diarreia e cólicas

Provavelmente ocorrerão também episódios de diarreia, que somados aos enjoos e vômito, podem deixar o paciente altamente debilitado. Por isso, quanto antes se procurar ajuda médica, melhor. Também podem surgir cólicas abdominais, por causa da diarreia, com fortes contrações no intestino. Porém, essa pode não ser a pior das dores sentidas durante a contaminação.

5. Dores musculares

Da mesma forma que o intestino sofre contrações, a musculatura do corpo tende a ficar rígida e muito dolorida. Essas dores musculares são similares às percebidas em caso de dengue e outras doenças correlatas. Além disso, essas dores atrapalham as tarefas do dia a dia. Isso porque é necessário muito esforço para atividades simples.

6. Inchaço

Um dos sintomas característicos da doença é a presença de inchaço significativo nas extremidades do corpo. Da mesma forma que a palma das mãos acaba ficando inchada, a sola dos pés também sofre com isso. Além disso, ocorre uma leve vermelhidão nas mãos e nos pés, expandindo-se para o início do braço e das pernas, à medida em que o tempo passa.

7. Gangrena

Pode ocorrer também a gangrena, que é a morte e putrefação da pele e dos músculos, em duas regiões principalmente: os dedos e as orelhas. Ela é mais notória depois de algum tempo sem tratamento e ocorre por causa da má circulação no local. Outras evidências dessa má circulação são o inchaço e a vermelhidão aparentes.

8. Paralisia

A doença pode chegar a pontos mais extremos, como resultado da negligência aos fortes sintomas já apresentados. Além da escolha por tratar somente a febre e as dores, o paciente acaba ignorando o conjunto, agravando o quadro. A paralisia muscular é um forte sintoma, que começa nos membros e vai subindo para o tronco, podendo levar à parada respiratória.

9. Manchas vermelhas

Também são referências da febre maculosa as manchas vermelhas apresentadas na pele, que são irregulares, bem intensas e podem começar com bolinhas, que se unem e vão formando uma malha avermelhada. Elas não coçam, doem ou têm secreção e se localizam principalmente nos pulsos e tornozelos, aumentando pela região.

10. Picada

Claro que um dos principais sinais é a presença da picada, muitas vezes com o próprio carrapato preso a ela. Como leva muito tempo para picar e sugar o sangue, o parasita pode passar horas conectado ao corpo. Se não estiver lá, sua picada é fácil de identificar, pois forma uma lesão muito maior do que de outros insetos, sendo bem característica.

Transmissão

febre maculosa transmissão
Crédito: Freepik

Para que o ser humano seja contaminado pela bactéria causadora da doença, é necessário que ele seja picado por um carrapato hospedeiro da mesma. Além disso, ele tem que ficar preso à pele por algum tempo, a fim de haver a transmissão.

O ciclo de vida de um carrapato é de 18 a 36 meses, sendo que, uma vez infectado, ele carregará a bactéria por todo o período em que estiver vivo. Ao picar a pessoa e se alimentar do seu sangue, ele acaba transmitindo a bactéria através da sua saliva. Por isso, quanto mais tempo o carrapato ficar na pele, maior é a chance de contágio.

É uma picada indolor e que não coça no mesmo momento, vindo a dar os primeiros sinais horas depois que o carrapato está alojado no local. Passando pela pele, a bactéria pode se direcionar para “pulmões, coração, fígado, baço, pâncreas e tubo digestivo, e por isso é importante saber identificar e tratar essa doença o quanto antes para evitar maiores complicações e até mesmo a morte”, explica o Ministério da Saúde.

Tratamento

O tratamento é simples, se começar ao aparecerem os primeiros sintomas, que podem levar entre 2 a 14 dias depois da picada do carrapato. Além disso, quanto mais cedo começar o tratamento, menor será a quantidade de sintomas apresentados. Por exemplo, é muito difícil que um paciente diagnosticado precocemente apresente gangrena.

O correto é ir ao posto de saúde para fazer o exame de sangue, para confirmar a presença da bactéria e também para que o médico receite o antibiótico adequado. Ele deverá ser recomendado por 7 dias, podendo ter o acréscimo de mais 3 ou 7 dias, a depender do médico.

De acordo com o Ministério da Saúde, se demorar muito de buscar ajuda médica, a doença pode complicar bastante. Isso porque “pode afetar o sistema nervoso central e causar encefalite, confusão mental, delírios, convulsões e coma”.

Prevenção

A melhor forma de prevenção é acabar com qualquer foco de carrapatos, seja em casa, com o seu cachorro ou gato, ou no campo, com animais de grande porte. Existem carrapaticidas poderosos que podem ser utilizados na pelagem dos animais ou dados como comprimidos mastigáveis.

Porém, se o foco está intenso e vai levar um tempo para exterminar ou você vai visitar algum local que tenha casos, inevitavelmente, procure seguir as seguintes orientações:

  • Use calças com elástico dos tornozelos;
  • Opte por camisetas de manga comprida;
  • Roupas claras ajudam a visualizar o carrapato melhor;
  • Botas ajudam a evitar a sua entrada;
  • Evite andar e deitar em grama ou vegetação alta;
  • Capriche no repelente para carrapato;
  • Se avistar um carrapato, retire-o imediatamente com uma pinça e acompanhe o surgimento de possíveis sintomas.

Veja como tirar o carrapato de forma correta, reduzindo as chances de contaminação:

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